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NA ESCRIVANINHA [680]
 


Sobre a mesa, papéis aos borbotões.
Não dou conta de quantos vou olhá-los.
Muita vez, durmo além cantar dos galos,
restaurando pedaços das canções.
 
 
Um a um, tais papéis hei de rasgá-los.
Guardanapos, rascunhos, mais borrões.
Mas a mão – que pondera – vê senões:
já melhor é meus versos resgatá-los.
 
Garatujas, aqui e além, eu cato...
Nos escritos somente começados,
aos trastes vou botando algum formato.
 
E não é que, no fim, lavrei progresso?
Só estrofes, com trechos mal versados,
mas que safras me pagam bem o ingresso.

 
Fort., 10/06/2016.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 10/06/2016
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