Folhas de papel
Que bom que de domingo a domingo te faço sorrir.
O meu sorriso, este que se faz de madrugada,
foi você quem me deu.
De vez em quando vem chover em meus
lábios noturnos.
Vem pelo final da tarde, senta aqui.
Se despeça das estrelas.
Mora em meu leito desarrumado.
Você é o andar colorido, o sol
e o restante da sombra.
É o chuvisco e o pouco temporal.
Areja as entradas e as saídas deste peito.
Sela o nosso amor na viagem de volta pra casa.
Ouça o rouxinol pelas bandas onde eu sei morar.
Manda beijos de saudade quando estiver lá fora.
Não se acanhe e me abrace assim que puder.
Você é a quantidade de sílabas bracejando meus versos.
E eu a poesia que chora em cima de uma folha de papel.
Luciana Bianchini