ANCORADOURO (soneto)

Há uma saudade em mim no cerrado

Ancorada nos barrancos ressequidos

São arrancos no peito em ronquidos

Num espectral sentimento entalado

Pelos prados os sonhos emurchecidos

Escorrem num agridoce poetar orvalhado

De recordação a soar anseio retalhado

Deixando na alma desejos desfalecidos

No amanhecer solitário acordo forçado

Em silenciosos suspiros enternecidos

Tal como um violino que não é tocado

Sinto-me com os devaneios perdidos

Sem asas, sem voo é um olhar atado

Há uma saudade em mim em alaridos

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

junho de 2016 – Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 05/06/2016
Reeditado em 03/11/2019
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