Pelas estradas vazias
A fúria do abandono despedaça,
Meus vasos da alegria e da emoção.
Assim toda a verdade se estilhaça,
Deixando muitos cacos pelo chão.
A flor da vida, vira só desgraça
E, nessa catastrófica visão,
Às vezes meu sorriso só disfarça
A dor que vai sofrendo o coração.
Tropeço e me arremesso em cada trilho;
Atiro-me no poço mais profundo;
Nas guerras dessa vida me aniquilo.
Assim eu vou seguindo, moribundo,
Levando n’alma um pobre de um andarilho,
Dentro do peito um triste vagabundo.