Pelas estradas vazias

A fúria do abandono despedaça,

Meus vasos da alegria e da emoção.

Assim toda a verdade se estilhaça,

Deixando muitos cacos pelo chão.

A flor da vida, vira só desgraça

E, nessa catastrófica visão,

Às vezes meu sorriso só disfarça

A dor que vai sofrendo o coração.

Tropeço e me arremesso em cada trilho;

Atiro-me no poço mais profundo;

Nas guerras dessa vida me aniquilo.

Assim eu vou seguindo, moribundo,

Levando n’alma um pobre de um andarilho,

Dentro do peito um triste vagabundo.

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 03/06/2016
Reeditado em 07/06/2016
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