CÁRCERE D'ALMA

Do cárcere a visão estreita tenho

D’um raio solitário que o sol tange.

Exilado na alcova então eu venho

Debulhar-me no pranto que me frange.

No degredo da pena então cabida,

Noite eterna que sol algum encerra,

Eis que entrego minh’alma tão sofrida

Enlutando-me do mal que me aferra.

Eis-me entregue ao brilho tão ofuscado,

Transformado numa senda de negrura,

Galardão incruento e pavoroso.

Quem me dera do brilho ensolarado,

Em mil raios rever toda ternura

Que outrora me fazia venturoso.

(EDUARDO MARQUES 05/02/15)

Eduardo Marques da Silva
Enviado por Eduardo Marques da Silva em 01/06/2016
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