VIDA E OBRA
VIDA E OBRA
Eu tenho escrito livros pela vida,
Nos quais faço registro de meus dias.
Cada precoce amor, paixões tardias,
E esta última ilusão ávida havida.
Por suposto, é vontade mal contida,
Que ainda tomam como horas vadias...
Considero, porém, sós ousadias
Face à necessidade conhecida.
Porque alguém tem-de pôr a cara à tapa,
E escrever, apesar de incompreendido,
Àqueles cuja pena nada escapa.
Não cuido em ser ou não esclarecido.
Escrever é buscar sem qualquer mapa
Tesouros subtraídos, enfim, ao olvido.
Belo Horizonte - 05 12 2005