Soneto violento
A violência está em fazer do outro objeto,
Padronizado, esquematizado, um deserto.
Onde é árido o sentimento
E pensar e falar não é mais alento.
Esta violência nos desconstrói,
Viola o que nos monta,
E na falsa paz que corrói,
Ergue-nos a face de expressão pronta.
A violência está no que nos viola,
Em sua sádica incumbência nos amola,
Desfigurando e configurando o ser,
A um passivo e inerte ter.
Esta onda de criminalidade
É apenas a ressaca de um oceano de maldade.