NONADA

NONADA

E aí? Tudo se reduz a não e nada...

Sem nunca negar nem oitavo ou nono,

Já muito tempo faz que me abandono

N'um caminhar vadio pela estrada.

Destino ao desatino: Humanizada

Releitura da terra, embora outono...

Enveredar-me por sertões sem dono

Em labuta de foice mais enxada!

Não-nada. O homem existe mesmo quando,

Personagem, cogita Deus e o Diabo

Em sua encarnação, embora a mando...

Nonada. Outro ordinário, ao fim e ao cabo.

A escrita, em se negando, principia

A existir livre ao livro: Travessia.

Betim - 24 05 2005