SEPARAÇÃO DE CORPOS

SEPARAÇÃO DE CORPOS

Depois que nem os corpos mais se entendem

E as almas se amofinam se ignorando,

Volto a Manuel Bandeira, relembrando

A sua "Arte de amar", aos que contendem.

Quando juntos, os dois se desentendem...

Fugindo um do outro, vez em quando,

Como se creem amantes não se amando?!

E seus lábios tão-só se mal-entendem...

Quem saudoso d'amores inconstantes

Vai se cansar das lides ainda antes

Do ânimo triste após o coito e o ardor.

De corpos e almas já se afastam ambos,

Quando se miram tão fartos de escambos,

Vazio veem no olhar ao invés de amor...

Betim – 20 10 2001