SONHOS MORTOS

Infeliz é o homem que já não sonha;

Moribundo, vagueia sem destino.

Que se lhe roubasse dor tão tristonha

A vê-lo caído sem voz nem tino.

Sonhos destruídos, inglória vida.

Num silente abismo ei-los lançados.

A infernal sentença, tão dolorida,

Atirou-lhe às trevas dos desgraçados.

Sumiram-se-lhe os risos, os amigos.

Por companhia, só a solidão

E um recinto fúnebre de castigos.

De onde não se achava mais compaixão;

Mas, se ouvia, da sanha dos inimigos,

O escárnio terrível de maldição.

(EDUARDO MARQUES 14/03/16)

Eduardo Marques da Silva
Enviado por Eduardo Marques da Silva em 28/05/2016
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