Ainda estou vivo
O verdadeiro cientista é aquele que nada diz nem faz,
Ele repete o que o burro diz no trabalho de relinchar,
Mas ali uma inteligência vagabunda e poética jaz,
Num fúnebre encontro do ter e do ser, sem se achar
Um louco que busca na solidão egoísta dos encarregados
Um lugar para se esconder diante da verdade dos malvados:
Eles nada são nada têm, mas o que resta deles é vileza,
São os falsos intelectuais do período egoísta de uma mesa
Onde se encontram mortos-vivos da Távola Corcunda,
Onde o rei é o Diabo, mas quem são esses intelectuais?
Eles fazem do cotidiano acadêmico o egoísmo filosofado;
São professores, estudantes, mas onde se afunda
O poeta das lágrimas em versos que escreve mais
Do que jamais esses dementes fizeram do mal dotado...