INFÂNCIA ROUBADA
Asas cortadas, tiradas, perdidas
Infância roubada, abertas feridas
Antes do tempo, menarca ainda
Antes do tempo, tão cedo barriga
Estudo e brinquedo, nem sombra ou hálito
Apelo, desejo, consumo fálico
Família não viu, o corpo cedeu
Mais uma criança fugiu com morpheu
Do ninho saltou, sem asas formadas
Da escola deixou lacunas sangradas
A vida chegou tão cedo do nada
O corpo não segurou, despencou no mar Egeu
Nem semente, nem vida... Agora...
só resta a ausência “do-eu”.