Soneto de infidelidade

De nada a vida teria valido,

Nem depois de ter vivido bastante

Se o sentir não for assaz importante,

E o pertence não tê-lo dividido.

Ter exibido tão só existência,

Sem qualquer raia deixar afinal,

Passos extintos por vento banal,

De uma vil desatenta permanência.

Desse modo um habituar-se em vão,

Melhor seria mesmo abrir passagem,

Romper para outra dimensão apertada.

Nenhum sentimento ali fez estada,

Frases iguais se difundem na estrada,

Que finde improfícuo coração.

Uberlândia MG

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 26/05/2016
Código do texto: T5648067
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