A dor de prazer
A dor de prazer
A dor de sentir o prazer de ferir-se
É qual o amor de dizer e mentir-se,
Não sinto nada enquanto artista
E sinto tudo com a negra lista;
Mas o quanto o zero vale?
Por que eu gelo no fogo
De uma paixão que muda fale
Cantando a prosa logo,
Pois o tempo em espera
É um momento divino infindo
-Eis que termina uma nova era
E começa o passado lindo;
Por isso há um beijo mórbido
Numa vida em que a novidade é óbito...
(Hugo Proença Simões)