A fome da mulher monstruosa
Em teus seios do verme sensualíssimo
Que inda se engolem a opulenta morte,
É a festa! - Uns esqueletos de uma coorte...
Sangras, ao sangue real e brutalíssimo.
Come, e à vida de um corpo violentíssimo,
Mas, acidentalmente, é a praga forte!
Com volúpia sensual e dura sorte,
Cobre ao fel do tormento horrorosíssimo.
Vens ao véu da feição suprema e à fome,
És uma flor macabra do teu nome,
Torna-te a alma atrevida, austera e ardente.
Nudez, bestialidade, erotismo e ânsia,
É a saliva, é a ingestão, em repugnância...
Que um bicho devorado já lamente.
Lucas Munhoz - 24/05/2016