A VOZ DA PEDRA

Olhei o monte que já reverdecia

Depois que o céu chorado havia

Vi as pedras cinza de intrepidez,

Ora estáticas e duras de estupidez.

E sangravam líquidos transparentes

E choravam águas puras e correntes

E olhavam sem olhos pra olhar

E lamentavam sem boca pra lamentar.

Mas eu ouvia da pedra a voz muda

E entendia seu olhar sem olhos

E vi que a humanidade está surda.

Nós temos olhos e não queremos ver

E ajuntamos ganância em molhos

E morremos de medo de morrer...