É O COTIDIANO
Se pobre sou, e se eu não sou governo,
Falo a cidade, ao povo, e até de gente,
Se faço algo, insisto, sou inclemente,
Não interessa, se é outono ou inverno!
Há muito foi-se aquele abrigo terno,
Quão agora nesta choça descontente,
Fortuito e desventura ainda presente,
Dói minh'alma, que assim não seja eterno!
Porém: ouvir lamentos e bramido,
Atravessar aflito, meses e ano,
Ultimamente, é o que mais tenho ouvido!
Se esse ruído, de certa forma eu gamo...
Se é o cotidiano, enfim esse gemido,
Rola um amorzinho, é só dizer que amo!