É O COTIDIANO

Se pobre sou, e se eu não sou governo,

Falo a cidade, ao povo, e até de gente,

Se faço algo, insisto, sou inclemente,

Não interessa, se é outono ou inverno!

Há muito foi-se aquele abrigo terno,

Quão agora nesta choça descontente,

Fortuito e desventura ainda presente,

Dói minh'alma, que assim não seja eterno!

Porém: ouvir lamentos e bramido,

Atravessar aflito, meses e ano,

Ultimamente, é o que mais tenho ouvido!

Se esse ruído, de certa forma eu gamo...

Se é o cotidiano, enfim esse gemido,

Rola um amorzinho, é só dizer que amo!

fcemourao
Enviado por fcemourao em 23/05/2016
Código do texto: T5644570
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