Um condomínio: o cortiço
Homens, mulheres e crianças nos arrabaldes,
Uma coletividade embaralhada naquele mofo,
O sujeitinho magro levava e trazia as fraudes,
E outro ‘limpa trilho’ com um aspecto balofo.
Os pombos andando no meio daquela muvuca,
Amigo e inimigo frequentam o mesmo espaço,
Água a correr no chão, pousa no lixo a mutuca,
E aquela juventude detrás da coluna em amasso.
Tantas vozes ao mesmo tempo; e de quem são?
No máximo de volumes, acima dos 90 decibéis,
Sem o porteiro, sem o síndico e tudo nos revéis.
Um apinhado de tudo numa louca aglomeração,
Um tanto de animais-gente, tanta gente-animal,
E ornando o ambiente tantas calcinhas no varal.
Uberlândia MG
soneto infiel – sem métrica
http://raquelordonesemgotas.blogspot.com.br/
"É necessário a moradia ser digna. ...
Como um direito fundamental de toda a pessoa humana,
Para que a mesma viva com um mínimo de dignidade."