Um condomínio: o cortiço

Homens, mulheres e crianças nos arrabaldes,

Uma coletividade embaralhada naquele mofo,

O sujeitinho magro levava e trazia as fraudes,

E outro ‘limpa trilho’ com um aspecto balofo.

Os pombos andando no meio daquela muvuca,

Amigo e inimigo frequentam o mesmo espaço,

Água a correr no chão, pousa no lixo a mutuca,

E aquela juventude detrás da coluna em amasso.

Tantas vozes ao mesmo tempo; e de quem são?

No máximo de volumes, acima dos 90 decibéis,

Sem o porteiro, sem o síndico e tudo nos revéis.

Um apinhado de tudo numa louca aglomeração,

Um tanto de animais-gente, tanta gente-animal,

E ornando o ambiente tantas calcinhas no varal.

Uberlândia MG

soneto infiel – sem métrica

http://raquelordonesemgotas.blogspot.com.br/

"É necessário a moradia ser digna. ...

Como um direito fundamental de toda a pessoa humana,

Para que a mesma viva com um mínimo de dignidade."

Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 23/05/2016
Reeditado em 23/05/2016
Código do texto: T5644353
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