ANDOU PERDIDA ENTRE PALÁCIOS



Andou perdida entre palácios, louca
Da insanidade que acomete o fraco,
A abandonada, a paranóica altiva

A repetir com voz já débil, rouca,
Do que lhe coube em sorte, enchendo o saco
De quem lhe escute a queixa, a morta-viva.

Ali procura entre seus próprios passos
O desdobrar da inevitável trama –
Será destino, a alguns, e a outros, drama
De escombro alheio, de ancestrais fracassos.

Alguém mais próximo captura os traços
Dessa ilusão que ergueu por frágil chama.
Ah, não perturbe agora – aqui! – tal dama
Que ninguém mais suporta os seus cansaços.


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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 23/05/2016
Reeditado em 10/06/2016
Código do texto: T5644238
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