verdes cantares
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se pelo teu ombro punjo arrepios
e mal os dentes a custo contenho
há poros que clamam, há ânsias que tenho,
fome de caimão pela foz dos rios?..
a sombra amiga, o amigo nevoeiro
dissipam-te os olhos, algo impacientes,
e não há palavras para o que sentes
quando a pena é língua, a boca tinteiro!
ao ventre a mão de orgias, nunca floridas!
ao peito o hálito de muitas, muitas vidas!
à boca a boca, seca por areia!..
madrepérola que sonha a preia-mar
enquanto a espuma escreve pelo ar
o teu encanto, tão verde, de sereia!..
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