VIDAS MORTAS
Pétalas caídas, despedaçadas,
São vidas destruídas sem clemência.
O pisar que as fazem tão esmagadas
Vem da intolerância e da impudência.
Nunca d’antes no jardim tão floradas
Foram bafejadas na pestilência.
Em estrondosa queda ao chão lançadas,
Sangraram-se todas sem condolência.
Pétalas, vidas pisadas, sofridas.
Que alegria vos alcança? Não sei!
Sombras eu vejo: Mordazes, escondidas!
Absconsas feridas não depurei;
Pois em mim não achei penas retidas
Pelas quais assumi que um dia chorei.
(EDUARDO MARQUES 14/10/15)