RESTOS

RESTOS

Quando amar já não é mais o bastante,

Tudo o que se tem é -- seguindo a estrada --

Menos que pouco e pouco mais que nada...

Ao me restar tão-só tocar adiante.

Feliz? Nem lá nem cá... Eu, n'este instante,

Faço estudadamente a escolha errada,

Visto que a outra me leva à deslumbrada

Travessia aonde eu andei errante.

De mais a mais, não trago senão restos...

Nada mais posso dar além de gestos

E o calor que possuo em minhas mãos.

Pois, sim! Estão vazias... Que tenho eu?

Senão a mim!... O mais se me perdeu,

Ao me restar tão-só uns versos vãos...

Belo Horizonte – 18 05 2016