Soneto a um poeta beato
Diminuto poeta campesino
Padre rudo sem letra e sem estola
Decantando no braço da viola
A desgraça cruel do seu destino
Com repente macabro, fescenino
Esse bobo aliena a fazendola
Doutrinando o seu verso sem escola
No casebre vulgar do nordestino
Nunca lera o mais tosco alfarrábio
Mas se julga famoso como um sábio
No momento nefasto da peleja
Esse monstro nefando do repente
Como um louco domina nossa gente
Com as burrices nojentas da igreja.