Líquens de ilusão
 
Na casa da saudade ainda estão todos
Conversas que ecoam na sala de estar
Promessas nos quartos ainda a esperar
Sombras de lembranças livres pelos cômodos
 
Inquilinos vitalícios, hospedes incrustrados
Espíritos sem matéria, memórias acéfalas
Interação etérea entre sonhos e réstias
Num existir sem tempo à mesa postados
 
Este lar saudoso que já foi de festa
Da esperança verde de apaixonados
Vive do silêncio, mudo, indesejado
 
Recusa-se ao destino de esvaziado
Preenchendo os vácuos, vazios deixados
Com liquens parasitas que ilusões infestam