TROPEL DO TEMPO
Foram-se os anos como que lampejos,
Tal como se vão os risos e os prantos.
E, então, se perdem vagos pelos cantos,
Como eu perdi o gosto dos teus beijos...
Vi este meu peito de tantos desejos,
Ir-se entorpecendo entre acalantos
E os meus intentos, pelos desencantos,
Irem-se perdendo entre os meus bocejos...
No tropel do tempo, o lume da paixão
Foi-se esvaecendo feito uma ilusão
E os dias se foram e nem lembro quantos...
O tempo passou... Levou minha vida...
Levou meu denodo sem nenhuma lida
E até meus sonhos que já foram tantos...