Soneto da Resposta
presa fácil nas garras de um enigma
rastejo o chão desconfortável do cativeiro
como restos de pão que não saciam direito
arrisco, em vão, uma equação que o defina.
tropeço os pés da imagem, desprevenida
seu olhar pétreo ordena-me o torpor
e nos brios do encanto de seu louvor
arranca-me paixões como ímã!
esfinge, já devoraste quantos nervos cardíacos?
despistes quantas almas em teu eu afrodisíaco?
poupai à mim, amante leal das tuas lições!
versai e cantai teu mistério de estrelas
esvoaçai o véu para além das barreiras
regala-me o teorema secreto dos corações!