tardia
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escrevo com palavras ferrugentas..
aquelas que cantam, louvam em vão
este amor que é tão teu; esta canção
que viu naus e naus vingar tormentas..
e náufragos, como lapas, fincados
a tábuas, a gritos, lotados, ao osso..
viu bravos, poucos, a braços, a esforço,
subir fragas que pareciam soldados
em peleja. tardas, algures tida,
quiçá já viúva de sonhos sem brilho!..
tardas, e assim tardas a minha vida!
vida de fainas ... doidices ... paixão!..
a ver-te, tenra, doce, boa, como o milho,
mas, mas algo longe da minha mão!
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