Soneto da Vontade
gota a gota caem as horas,
anestesia branda que alivia,
amorna e acalma a euforia
da doída garra das memórias!
no jorro desapercebido dos dias
a dualidade dos sensos íntimos
entoa na totalidade do organismo
o adeus suplicante da demora...
dum déjà-vu de lembranças sobrevivo
face a face às bordas do precipício
convoco o vento pra fazer as honras
aquieto o pueril devaneio obsessivo,
ornado nas esferas do mundo onírico...
sequestrar-te, vez por todas, para agora.