TRANSBORDO
Romperam-se as represas solitárias
De “um forte” com seus pontos vulneráveis
Minados por razões intermináveis
Nas bases; nas paredes; partes várias,
Do cheio tão vazio dos mais louváveis
Sentidos que dão vida às sedentárias
Virtudes que se encolhem temerárias
Do risco de não serem agradáveis.
Vazaram, e qual não foi a surpresa:
Uma enxurrada entrando sem favor
Com um novo sentido de beleza.
Desabrochando igual botão em flor
Encheram-se outra vez - de luz acesa -
A transbordarem do mais belo amor.