INDISCRIÇÕES DO MÁRMORE
Perece em prece a brasa em fim de tarde
De fogo, ocasos do lugar comum.
A brisa, convidada, não quer rum
E alguém gargalhará, “Qual é, covarde?”.
Estátuas contemplando sem alarde
Vagão fantasma de Lugar-algum
Chegar a Nada, ali onde nenhum
Sentido faz a prece a quem a aguarde.
A tarde evoca um sonho que agoniza
Nos becos da cidade – há no seu porto
Cargueiros duma rota algo imprecisa.
A noite logo pesa, eu não me importo
Se o mármore reclamará da brisa
Ou se alguém percebeu que estou bem morto.
.
Perece em prece a brasa em fim de tarde
De fogo, ocasos do lugar comum.
A brisa, convidada, não quer rum
E alguém gargalhará, “Qual é, covarde?”.
Estátuas contemplando sem alarde
Vagão fantasma de Lugar-algum
Chegar a Nada, ali onde nenhum
Sentido faz a prece a quem a aguarde.
A tarde evoca um sonho que agoniza
Nos becos da cidade – há no seu porto
Cargueiros duma rota algo imprecisa.
A noite logo pesa, eu não me importo
Se o mármore reclamará da brisa
Ou se alguém percebeu que estou bem morto.
.