ONDE CANTAS LIBERDADE?

Como pode um pássaro alar sem asas,

E nas tépidas águas beber do manso riacho?

Tu, homenzinho, lhe extinguiste as rúbias brasas.

E sabes, nunca poderá crescer e do doce néctar nutrir

Os vindouros frutos dos casais recém apaixonados.

Tu, amigo, não o aceitarias gorjear a quem dele sorrir.

Poderia sentimento sincero inaugurar a insuficiência

Protetora d’um dono enciumado? Foi enclausurado.

Á espera de ternura, velou caído no metal inundado

De sentimentos sozinhos. Pobre passarinho, que fado!

E se não canta hoje, cantará amanhã.

Noutras terras equidistantes d’onde a chama

Enamorada, ergue-se hasteada no peito.

Incondicionalmente vivo, o rouxinol livre, ama.

Hernâni Arriscado - Onde cantas Liberdade?

02/12/15

Hernán I de Ariscadian
Enviado por Hernán I de Ariscadian em 16/05/2016
Reeditado em 17/08/2016
Código do texto: T5636834
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