ONDE CANTAS LIBERDADE?
Como pode um pássaro alar sem asas,
E nas tépidas águas beber do manso riacho?
Tu, homenzinho, lhe extinguiste as rúbias brasas.
E sabes, nunca poderá crescer e do doce néctar nutrir
Os vindouros frutos dos casais recém apaixonados.
Tu, amigo, não o aceitarias gorjear a quem dele sorrir.
Poderia sentimento sincero inaugurar a insuficiência
Protetora d’um dono enciumado? Foi enclausurado.
Á espera de ternura, velou caído no metal inundado
De sentimentos sozinhos. Pobre passarinho, que fado!
E se não canta hoje, cantará amanhã.
Noutras terras equidistantes d’onde a chama
Enamorada, ergue-se hasteada no peito.
Incondicionalmente vivo, o rouxinol livre, ama.
Hernâni Arriscado - Onde cantas Liberdade?
02/12/15