ADORA-DOR
Meu coração é um Zéfiro sacana,
Amou a ninfa mais linda da escola,
Tal Vênus – trágico! –, me ignora,
Fazendo de minha comédia um drama.
Qual um viandante a pedir esmolas,
Vago a seu redor... meu culto a profana,
Mas como me afastar de ti, Diana,
Se cada parte de meu ser te adora?
Afrodite de minhas vãs quimeras,
Circe a banhar-me em vasos de cicuta
Cibele que me nega a primavera.
Mas por vê-la assim minha vista exulta,
Por ouvir sua voz meu ouvido espera,
Contra seu amor é perdida a luta.