A fera *versos decassílabos*

Nem dessa loucura, qual se apodera

De mimh'alma, em gasosa gangrena

Porque não quero fugir dessa arena

Num brilho dos olhos que reverbera

Ao sangue mais podre dessa melena

Sem correr nas veias qual besta fera

Quem te consumirá, é ávida pantera

O precipício é minha imprópria cena

Meu vicioso ciclo, em mesma esfera

Minha insanidade que não se altera

Viver, em vida, que nem vale a pena

Em uma sangria, quem nunca drena

O meu coração, que não se engrena

Com essa loucura, a minha quimera...

Valdívio Correia Junior, 15 06 2016