Escre(v i)ver

E estou eu aqui mais uma vez em meio aos meus versos,

Escrevendo coisas já escritas, mudando palavras de lugar,

Depositando tempero por todas as direções e anversos,

Ditando meus textos para mim, num constante requentar.

Às vezes tiro muitos sentimentos e mostro-lhes a caneta,

E ela entende perfeitamente e os translada para o papel,

Sinto-me vasculhada por mim, a alma é remexida gaveta,

Vejo-me em cores sentada no meio fio com tinta e pincel.

É... Então escrevo; a saudade de você me joga nesse jogo,

Do amanhã não sei, agora eu sinto, o ontem me marcou,

Não varro, no meu verso e reverso seu cheiro se tatuou.

Por vezes me sinto valente, pois engulo lágrimas de fogo,

Brigo com algumas, mas choro, porém o sabor não é bom,

Decidi, para você meu sorriso; orna mais com meu batom.

Uberlândia MG

Soneto infiel- sem métrica

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 14/05/2016
Código do texto: T5635490
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