Escre(v i)ver
E estou eu aqui mais uma vez em meio aos meus versos,
Escrevendo coisas já escritas, mudando palavras de lugar,
Depositando tempero por todas as direções e anversos,
Ditando meus textos para mim, num constante requentar.
Às vezes tiro muitos sentimentos e mostro-lhes a caneta,
E ela entende perfeitamente e os translada para o papel,
Sinto-me vasculhada por mim, a alma é remexida gaveta,
Vejo-me em cores sentada no meio fio com tinta e pincel.
É... Então escrevo; a saudade de você me joga nesse jogo,
Do amanhã não sei, agora eu sinto, o ontem me marcou,
Não varro, no meu verso e reverso seu cheiro se tatuou.
Por vezes me sinto valente, pois engulo lágrimas de fogo,
Brigo com algumas, mas choro, porém o sabor não é bom,
Decidi, para você meu sorriso; orna mais com meu batom.
Uberlândia MG
Soneto infiel- sem métrica
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