Soneto da Desorientação
versada nos hieroglifos dos quereres
cedi ao impulso tórpido do mal,
a heresia da paixão de um mortal
pelo eco de um reflexo dos deuses!
navego agora o triste mar dos desalentos
enviados do profundo tormento do umbral
e a sombra moribunda na víscera primordial
castiga a delicadeza desses sentimentos
no balanço cíclico dos acontecimentos
nauseei o veneno suculento dos alimentos
do sacro pomar ilícito celestial
adoeci a mais vil de todas as chagas
desbalanceei a aerodinâmica das asas
ao fitar um único feixe do prisma universal