VERSOS RASGADOS
VERSOS RASGADOS
Tenho lido, sem quê nem para quê,
Os poemas que escrevi quanto te amava.
A porta está fechada; soo a aldrava
Mas nenhuma pessoa ali se vê.
Vivo dias sem ter outra mercê
Senão andar por onde costumava
Te encontrar sem ver que só errava
Face ao que, inexplicável, mais se crê.
É um mistério que haja este mundo
No qual transito agora, recordando
As coisas que vivi de quando em quando.
Mas mistério maior é ver n’um segundo
Tudo o que acreditava enfim findar:
Rasgo a página qu’eu não sei virar.
Betim - 12 05 2016