depois da tormenta
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depois da tormenta caíram as águas,
boas, que mimam o corpo da semente.
era o acordar da Primavera ausente
por tempos sem fim; por era de mágoas.
no teu olhar vi destroços muitos, ainda..
mas, nem vulto da ira do vendaval;
nem náufragos amores pelo areal
onde um dia foste nácar, foste linda.
os olhos despi depois da tormenta
para mostrar-te as sentinelas caídas,
e as armas, já sem cólera, sem alvo.
e tu, como quem quer, como quem tenta,
veterana de batalhas vencidas,
hauriste tréguas do meu crânio calvo.
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