Inda que eu mate dez leões por dia,

Ainda que em constante sobressalto,

Nas ondas procelosas do mar alto

Ou nos desertos, por incerta via...

Inda que eu sofra no meu dia-a-dia

Tristezas, dissabores, fome, assalto...

E passe a minha vida no asfalto

Sem ter onde pousar, na noite fria...

Inda que tudo isso me aconteça

E, como Jó, em chagas apodreça,

Da minha fé, não vou desanimar!

Inda que a minha estrela se escureça

E, ante o tribunal, eu compareça...

Na presença do Rei, vou descansar!

H. Siqueira. 2016.

HSiqueira
Enviado por HSiqueira em 12/05/2016
Código do texto: T5633244
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