PARA MINHA MÃE
Fiz para minha mãe, em vida, 1993: "Faz algum tempo, eu chorava e ela cantava/me amamentava quando a fome me doía/Em plena noite, silenciosa e fria,/Em seu peito de mãe me aconchegava./Cantava uma canção doce de ninar/a balançar seu rebento de amor/como se estivesse a regar uma bela flor/a razão do seu viver, do seu sonhar./ e ao findar a noite, vindo o dia/com a ousadia que tem toda mulher/reunia forças, fibra, garra e fé/e o pro roçado Emília seguia/ Não era rainha do lar,a sertaneja./ que na peleja desta dura lida não fraquejou/.É rainha da vida, meu maior templo, minha maior igreja. /Chora hoje quando eu canto para ela, minha flor bela que inspira esta poesia, chora na noite silenciosa e fria/com saudades do poeta, filho dela./Meu aconchego, que hoje faz setenta/nem aparenta, parece uma criança,sorrindo ao mundo fé e esperança/preparando a festa dos noventa!