Soneto Abissal
não pertenço ao mundo das certezas
caminho o êxtase fulcral das sensações
garimpo o brilho imortal das inspirações
no cume do ápice das incertezas
pra encontrar o norte das clarezas
mergulho fundo nos brios da loucura
deixo a alma fugidia da clausura
e silencio ante à intuição das profundezas
eu, colecionadora das lástimas e quimeras
pelo enigma límbico das línguas angélicas
conheci a arte xamânica de domesticar as feras
e entre o fôlego pulmonar das percepções
organizo a semiótica amarga das visões
na monada pura e áurea de minha átma esfera