Guarde-me em tua chuva
Quero os teus pingos, cause-me chuva,
Umedeça-me por quereres gigantes,
Ajeite-se e se vista em mim feito luva,
Garoe- se em desejo em todos instantes.
Escorra em mim enxurradas pela pele,
E irriga-me de ti; tuas vontades e boca,
Lave minha alma, corpo: aqueça e gele,
E em gotas de arrepios faça-me louca.
Sorva as minhas gotas e chova em mim,
E me faça dilúvio de anseios que goteja,
Acaricie-me ao vento e então me beija.
E guarde-me numa proteção sem fim,
Abrace-me, embale-me na úmida brisa,
Sinto-te em pluviosidade que me alisa.
Uberlândia MG
Soneto infiel – sem métrica
http://raquelordonesemgotas.blogspot.com.br/