À MULHER
Deus, protegei-me de amar, por um instante
cega-me os olhos, paralisa-me o peito,
protegei-me, Deus, a não ser errante
pois, senão, atiro-me em qualquer leito.
Protegei-me, porque a mulher me enlouquece,
faz-me perder os meus sentidos
com toda a beleza que não padece,
protegei-me, Deus, dos pensamentos pervertidos.
Protegei-me dos seus seios, de suas pernas...
Corta-me as veias, deixe o sangue jorrar,
protegei-me, Deus, dessas belezas eternas.
Mas se ainda assim, não tiver jeito
deixe-me quieto, sozinho para amar...
ou então, sufoca-me este pobre peito.
Rio de Janeiro, 06 de Dezembro de 2006.
OBS: Soneto rebelde, sem métrica, expressão modernista.