RASTROS VÃOS
A vida segue, segue vida,
à frente sempre, sempre à frente,
e gira, salta, sai corrida
e vai veloz, afoitamente.
De novo roda, samba, entorta,
oscila bamba, tonta, entregue
e bate, cega, a cara à porta,
após se ajeita, baila e segue.
Até que em tempo sempre breve
(por mais que medre, sempre deve)
se volta aos rumos caminhados.
E frente aos rastros vãos marcados,
no edaz cansaço a arder demais,
desaba e não levanta mais.