Visceral

Há uma fome que engole,

O gosto de carne rasgada,

Por todo o corpo se bole,

A pele na outra esmagada.

O fogo que arde, entranha,

Cio que se promulga, grito,

Vontade que a tez arranha,

Suor e perfume em atrito.

Há um lacre que é violado,

O movimento sem sossego,

Um tanto animal, labrego.

Um ir e vir e estar deitado,

Um galopar que esbraseia,

Escorre da alma e da veia.

Uberlândia MG

Soneto infiel-sem métrica

http://raquelordonesemgotas.blogspot.com.br/

Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 08/05/2016
Reeditado em 08/05/2016
Código do texto: T5629574
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