Visceral
Há uma fome que engole,
O gosto de carne rasgada,
Por todo o corpo se bole,
A pele na outra esmagada.
O fogo que arde, entranha,
Cio que se promulga, grito,
Vontade que a tez arranha,
Suor e perfume em atrito.
Há um lacre que é violado,
O movimento sem sossego,
Um tanto animal, labrego.
Um ir e vir e estar deitado,
Um galopar que esbraseia,
Escorre da alma e da veia.
Uberlândia MG
Soneto infiel-sem métrica
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