O REINO PERDIDO



As árvores marchavam para o lago
Enquanto conversávamos felizes
Naqueles dias verdes e sem crises
Sob céu tão generoso, um fundo vago.

A grama sussurrava sob o afago
De fadas pressurosas, más atrizes,
E a tarde não cabia nas valises
De prazos, meu amor – eu era um mago.

Ali, no entanto, ali morria um sonho
No pouso dessa noite permanente.
As árvores são velhas de ar tristonho

A desdenhar do lago em seus resmungos.
As fadas em pavor, a grama ausente
Já cede espaço a grei de estranhos fungos.



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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 08/05/2016
Reeditado em 10/06/2016
Código do texto: T5629309
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