SAUDADE
Meu peito agora aperta, aperta forte...
entende a solidão que me sussurra
a brisa umedecida de ternura
e as gotas do olhar qual contraforte
defendem as lembranças da tristura,
pois temem que a esperança não suporte
o tempo em que a distância sangra a sorte
e a brisa sopre a última ventura.
De todo sonho meu, o mais profundo,
aquele que dos céus é oriundo,
recanto a duras penas dentro em mim.
E neste logradouro da saudade,
eu vivo a sonhar com os fins de tarde
do tempo em que o amor não tinha fim.