NÁUFRAGA
Sangrando ainda e às tontas nos recifes,
O passo vacilante, fere os pés
Em destroços de casco e de convés
Ao fim de seu cruzeiro de patifes.
Indigna, traja a dor, não caras grifes
E a solidariedade duns manés
E de tantas Marias, tantos Zés
Em botes salva-vidas por esquifes.
Resigna-se aos destroços desse caos,
Destino das amaldiçoadas naus.
E a história não encobrirá seu rastro
Nas areias do opróbrio – range os dentes
Amaldiçoando o sol e os acidentes
Que a privaram de sorte, quilha e mastro.
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Sangrando ainda e às tontas nos recifes,
O passo vacilante, fere os pés
Em destroços de casco e de convés
Ao fim de seu cruzeiro de patifes.
Indigna, traja a dor, não caras grifes
E a solidariedade duns manés
E de tantas Marias, tantos Zés
Em botes salva-vidas por esquifes.
Resigna-se aos destroços desse caos,
Destino das amaldiçoadas naus.
E a história não encobrirá seu rastro
Nas areias do opróbrio – range os dentes
Amaldiçoando o sol e os acidentes
Que a privaram de sorte, quilha e mastro.
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