SAARA - soneto sétimo

VII

Frias são estas noites no deserto,

Envolvidas que estão p'lo mistério.

N'elas, a lua co'os astros do sidéreo

E o crepitar d'uma fogueira por perto.

A solidão mantêm sempre desperto

Àquele que vigília insone e sério.

Repousa n'uma paz de cemitério

Sem qualquer companhia ao sonho incerto:

Odaliscas e véus?! Pura ilusão...

Estas são reservadas para o sultão

E se abrasam em vão com vãos eunucos.

E os dias viram noites ao relento,

Repletas da miragem e do vento,

Que deixam os viajantes sós malucos

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RicardoC
Enviado por RicardoC em 07/05/2016
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