SAARA - soneto sétimo
VII
Frias são estas noites no deserto,
Envolvidas que estão p'lo mistério.
N'elas, a lua co'os astros do sidéreo
E o crepitar d'uma fogueira por perto.
A solidão mantêm sempre desperto
Àquele que vigília insone e sério.
Repousa n'uma paz de cemitério
Sem qualquer companhia ao sonho incerto:
Odaliscas e véus?! Pura ilusão...
Estas são reservadas para o sultão
E se abrasam em vão com vãos eunucos.
E os dias viram noites ao relento,
Repletas da miragem e do vento,
Que deixam os viajantes sós malucos
* * *