SAARA - soneto sexto

VI

O deserto, perigos e belezas,

Promete para quem o atravessar.

Todavia, hoje à beira d'esse mar

Vejo que tais promessas são vilezas.

Nada é o que parece: As incertezas

Me acompanharam logo ao começar.

E tudo que tenho ainda p'ra contar

Já não são bem saudades, sim tristezas...

O deserto, até o homem obstinado

Dobra sob a implacável aridez

E o faz tombar, por fim, extenuado.

Vindo à beira do mar uma outra vez,

Retorno assim ao início do passado,

Deixando ora o deserto ao incauto inglês.

* * *