Retorno
O olhar saboreia a vida que desperta,
calor de amantes e certeza do hoje,
convites matinais dão-se entre lábios doces
e a luz ao canto desperta aos poucos, incerta.
Não sabe se sabe, não se permite tal pesar,
acompanha nosso ritmo sob as rédeas do universo.
Percorre a pele macia e arranca sussurros confessos,
os olhos se encontram e se devoram... Amar!
A estrada grita lá fora, rouquidão dos disciplinados.
Hora de ambição, querida, que a outra hora vem.
Apitos, faces acabrunhadas, vidas que passam no trem.
A saudade grita cá dentro, roupa amassada, perfume.
Hora de te retornar, querida, pois a lua ordena o ato.
Arranhões, faces coladas, sorrisos que rimam... Amor de fato.